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"Fique Adormecido, OBEDEÇA"

No post anterior eu falei sobre os princípios básicos da PNL, e sobre como a "Programação Mental" não pode estar oculta para ser obedecida.

Nesta segunda parte do post, vamos desmembrar a mensagem que está de fato oculta, aquela que você quase não percebe: "Fique Adormecido, fique Amedrontado, fique Dócil".


Fique Adormecido

A mídia, conforme dito anteriormente, evolui e cresce continuamente, junto com a própria comunicação. Hoje, programas de televisão, filmes e até mesmo rádios ganham proporções mundiais rapidamente. Mas se analisarmos a fundo o conteúdo dessas informações, tendo em mente o funcionamento da PNL, notaremos que a maioria dessas informações aponta em direções comuns na psique do espectador.

Das mensagens citadas anteriormente, talvez uma das mais complicadas de perceber seja a mensagem de dormência. Isso porque ela pode ser confundida em muitos aspectos com a 'vontade própria' do ouvinte. Farei o possível para esclarecer e mostrar como funciona essa mensagem.

Etimologia

O grande problema em detectar o "modus operandi" desta mensagem está na etimologia. Quando falamos em Programação Neuro-Linguística, o real significado das palavras faz muita diferença, sendo que a mente humana está preparada para perceber apenas o banal e ignorar o significado real. Por exemplo, quando eu digo que "a bolsa de valores caiu", quem ouve a expressão tende a entender a conotação, e não o sentido literal do que é dito. Nesse caso, o verbo cair adquire outro sentido, diferente do sentido real de "1. dar queda; 2. ir ao chão". A mensagem "pula" para o mundo financeiro, passando a significar "dar baixa".

O mesmo acontece com a mídia, que tornou-se especialista em criar diversão. Realizando uma análise etimológica, podemos já perceber um certo intuito oculto, implícito nesta palavra.

diversão: s. f.
1. Mudança de direção, desvio;
2. Distração;
3. Divertimento, recreio;
4. Mil. Manobra falsa para desviar a atenção do inimigo do ponto que se quer atacar

Fonte: Dicionário Priberam.

Ou seja, enquanto você se diverte (se desvia, se distrai), é atacado. Todos percebemos o que a mídia, principalmente a de massa, como televisão, jornais e cinema, trazem em si dois propósitos básicos: o de informar e o de divertir. Ambos podem tornar-se formas de ataque, desde que devidamente 'tratados' para isso. Os programas de televisão mais absurdos são os que mais têm audiência. Os jornais mais 'sanguinários' são os mais vendidos.

O ponto aqui é: enquanto você assiste seu programa de TV favorito, o mundo lá fora é dominado por aqueles que regulam e ditam tudo a você, desde o que você vai usar no próximo verão, o que vai comer e em qual lanchonete, até em que candidato vai votar. Tudo porque você está distraído, está adormecido...

Quando eu disser 3 você estará dormindo...

Hipnoterapia:
Mente sã, corpo são.

Já reparou como toda sessão de hipnose que vemos em programas de televisão e espetáculos teatrais começam com o hipnotizador levando o sujeito hipnotizado a um profundo estado de dormência? Na hipnose, o relaxamento profundo é necessário para que os comandos e ordens sejam ouvidos e obedecidos.

Através da técnica de indução de relaxamento, o hipnólogo (nome correto do profissional de hipnose) leva as ondas cerebrais do paciente a níveis muito baixos. O resultado é um tipo de "super-foco": você ignora tudo o que for diferente daquilo que for ordenado pelo sujeito hipnotizador. E a ordem é que seu foco fique totalmente concentrado nele. Assim, o sujeito hipnotizador ganha controle sobre o sujeito hipnotizado através de indução a "Estados Alterados de Consciência". Neste estado de "Consciência Alterada" o sujeito hipnotizado descarta influências exteriores diferentes dos comandos do hipnólogo: "Você ouve apenas a minha voz... apenas a minha voz...".

As pessoas que são hipnotizadas costumam relatar alterações de consciência, anestesia, analgesia, obedecendo e realizando os atos mais variados e extremos sob este pretenso estado.

Fonte: Wikipédia

Através de entonação de voz, repetição, e alguns outros itens que devem ser observados para uma sessão hipnótica ter sucesso, o hipnólogo pode enviar os comandos e dessa forma auxiliar o paciente com seus problemas psicológicos, até mesmo alguns problemas físicos (eu mesmo iniciei, certa vez, um tratamento de enxaqueca com hipnose, e dava resultados imediatos). Mas para que isso aconteça, o sujeito hipnotizado deve querer e concordar com o que está acontecendo, tornando-se assim um "Bom Sujeito-Hipnótico". Claro, existem formas de convencer o paciente de que é isso que ele quer (não vou me aprofundar muito aqui, mas essas técnicas existem pois, em alguns casos, o paciente conscientemente procura o hipnólogo, mas na verdade está inconscientemente relutante quanto ao tratamento. É o caso daqueles que querem uma cura e aceitam a hipnose como tratamento alternativo, mas no fundo não acreditam que vá surtir efeitos).

Agora, pense na hipnose como uma "versão extendida" da PNL. Enquanto a primeira vai a níveis profundos, mas precisa de vários pré-requisitos para que funcione, a segunda é mais superficial, porém sem os pré-requisitos. A PNL atinge o sujeito-alvo, mesmo que ele não saiba. A ordem é "implantada" na mente, em níveis subconscientes, ficando ali apenas para se revelar quando for necessária. Como no caso das vendas, que eu citei na primeira parte deste artigo. Você ouve a propaganda em casa. Vai para o super-mercado e "sem querer", ao ver o produto, a mensagem surge na mente: "Compre ...". E do mesmo jeito, "sem querer", coloca-o no carrinho.

A pergunta de um milhão de dólares é: compramos esse ou aquele produto por que queremos ou por que somos mandados?

Abra seus olhos...

Vanilla Sky:
O personagem principal reluta em abrir os olhos...

Uma pena que isso seja algo tão difícil de fazer, abrir os olhos... Isso porque, como eu disse, a mensagem se confunde com o mensageiro, e a ordem se confunde com a vontade do ouvinte. Sob o disfarce da diversão (note que estas também são duas palavras etimologicamente muito parecidas), a mídia ganha muitos pretextos para continuar a fazer o que faz. A massa espectadora pede programas e filmes que passem o mais longe possível da realidade cotidiana, ou que a distorça de modo a mostrar o banal como extraordinário e vice-versa. E isso se faz através da audiência! Ao darmos mais audiência para o que nos leva em direção ao torpor, mais encorajamos a mídia a fazer o que fazem!

O que acontece é que essa mídia de realidades distorcidas ficou mais fácil de engolir do que a verdade cotidiana. É mais fácil entender, aceitar e pensar em solução para os problemas da protagonista da novela do que para os próprios problemas. Não só mais fácil, é mais divertido também. Nós fomos convencidos pelas cores vivas da telinha de que o mundo real é cinza, feio e sem graça.

E se Deus lhes mandasse serem felizes?

No próximo artigo continuarei a desmembrar essa propaganda por dentro da propaganda, a mensagem verdadeiramente velada. Estou também, de antemão, preparando um "adendo" para estes posts, pois percebi que o assunto é extenso demais para ficar tão vago como apenas 4 partes. As dicas de livros que prometi ficarão para o apêndice, pois quero ter certeza do que estou indicando aos leitores. Quero garantir a confiabilidade de todo o material.

Até a próxima!